Quando comparado aos ativos de renda variável como ações, fundos imobiliários, criptomoedas, entre outros, os produtos da renda fixa são mais seguros e possuem menos volatilidade. Contudo, não se engane, essa modalidade possui os seus riscos e é de suma importância que você conheça cada um deles. Investimentos não estão relacionados apenas com rentabilidade, mas também, com o gerenciamento dos riscos. Por isso, sempre se pergunte: qual é o preço que você quer pagar para ter uma determinada rentabilidade?
O objetivo desse post é fazer com que você compreenda alguns riscos que você está exposto ao investir em renda fixa. Caso você não queira correr nenhum risco, eu não tenho uma boa notícia para você. Tudo tem risco. Renda fixa, renda variável, mercado financeiro, imóveis, coleções de artes, carros. Simplesmente, tudo terá seu risco.
O primordial é conhecer o risco e controlá-lo. Vamos ao artigo?! Venha comigo e uma boa leitura para você.
Antes de abordamos os perigos, é válido lembrar como funciona, na prática, essa classe de ativos. A renda fixa são investimentos nos quais você empresta o seu dinheiro para alguém que vai devolvê-lo acrescido de juros em um prazo determinado. Você pode emprestar seu capital para o governo, uma instituição financeira ou uma empresa privada. A remuneração pode ser prefixada, pós fixada (percentual do CDI ou Selic) ou atrelada a inflação (IPCA+).
Inicialmente, vamos falar sobre o risco de liquidez. Todo investimento de renda fixa tem um vencimento específico podendo ser 6 meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos e outros prazos maiores. O mais recomendado e ideal, é que você não resgate seu dinheiro antes do prazo vencer porque isso pode gerar perdas financeiras. Como assim? Você pode não encontrar outro investidor ou investidora que deseja comprar seu título ou quer pagar um valor mais baixo. Assim, ou você terá uma pequena perda ou não vai conseguir retirar o capital no momento que pretende.
Dessa maneira, é essencial que você diversifique seus ativos com prazos de vencimentos diferentes para que não fique com o dinheiro preso por um período que não planeja.
Em seguida, temos o risco de reinvestimento no qual, ao vencer um ativo, você não consegue encontrar o mesmo investimento com as mesmas condições de prazo, mesmo emissor, mesma taxa de remuneração. Ou seja, suas aplicações, dificilmente, serão sempre iguais no futuro pelo fato da economia ser cíclica. Com os movimentos de altas e baixas na taxa de juros, inflação e câmbio (para citar as principais variáveis macroeconômicas), a rentabilidade paga pela renda fixa vai se modificando ao longo do tempo. As condições de mercado mudam e as taxas acompanham esse movimento.
O risco de mercado também afeta os investimentos em renda fixa. Conforme mencionado acima, o cenário econômico sofre mudanças, momentos de expansão e contração. Assim, as flutuações nas variáveis são extremamente comuns, ainda mais quando se trata de Brasil, cujo é um país emergente. Dessa maneira, existe um processo chamado marcação ao mercado, pelo qual o valor de um ativo é atualizado diariamente. Isso quer dizer que, caso você decida vender um título antes do vencimento, você pode ter um lucro ou um prejuízo dado as condições atuais do mercado.
Para que você que opte por investir em fundos de investimentos em renda fixa, existe a questão do risco do gestor. Um fundo de investimento é quando temos um grupo de pessoas que une os seus recursos financeiros e delegam as decisões para a gestão operacional do fundo em questão. Por isso que nesse tipo de produto financeiro, o risco está nas escolhas que os gestores vão fazer para alocar o dinheiro dos cotistas.
Desse modo, uma maneira de minimizar esse risco é eleger gestores renomados, experientes e bem-sucedidos, pois os mesmos estão habituados a fazerem decisões importantes.
Para finalizar, temos o risco de crédito. Esse é um dos temas mais debatidos quando estamos falando de renda fixa. No início do post, comentamos que a renda fixa é quando você empresta o seu dinheiro a alguém. Caso você empreste seu dinheiro a um parente ou amigo, qual é seu principal medo?
Que você nunca mais veja a cor desse dinheiro. Pronto. Agora você já sabe o que é risco de crédito. É a possibilidade do emissor do título de dívida não honrar com o pagamento na data de vencimento. Um mecanismo que te ajuda é o rating. No mercado financeiro, existem agências que avaliam a saúde financeira das instituições e dão uma nota, isto é, um rating. Quanto menor essa nota, mais arriscado é o emissor desse título e quanto maior a nota, você estará correndo um risco menor.
Qualquer tipo de emissor pode passar por problemas financeiros que acarretam inadimplência, ou seja, é possível que você sofra o famoso calote. No mercado financeiro, alguns investimentos possuem proteção do FGC. Os produtos bancários têm essa garantia que, em caso de falência do emissor, essa entidade privada cobre essa despesa, te protegendo contra a insolvência das instituições financeiras.
Sim, como você pôde perceber, a renda fixa também contém riscos. Claro, muito menores do que ativos mais arriscados, todavia, não deixa de ter. Cautela nunca é demais.
Diversifique sua carteira de investimentos com prazos diferentes, avalie a qualidade de crédito dos emissores e tenha ativos com rentabilidades distintas.
A variedade de produtos e emissores é sempre a melhor estratégia para reduzir o risco em seu portfólio de renda fixa.
Conte comigo em sua caminhada financeira.
Um abraço a todos e até a próxima!!
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